Há tanto mais para ser dito do que rugidos grotescos politicamente correctos.
Existem confissões profundamente superiores às verbais, intensificadores do sentimento nu e da leveza incontrolável da existência humana.
Não preciso de gritos, preciso de silêncios confortavelmente ensurdecedores.
Preciso de espelhos de alma verdadeiros que determinem o Sim e o Não nos momentos fulcrais do meu caminho sem fim visível.
As palavras mudas têm mais fonia que as desgarradas disparadas ao desafio.
O quanto é bom recordar as transformações da pele, a desregularização das batidas cardíacas a cada toque; relembrar os olhares demoradamente envergonhados e os actos irracionais que nos permitem imaginar o que poderia estar por detrás da cortina do visível. Ah, sentir o que não foi falado...
Vamos perder-nos no tempo surdo, descodificar a linguagem um do outro, ler as entre-linhas dos nossos lábios.
Saberemos que nos conhecemos quando os nossos olhos se expressarem em simultâneo e o nosso silêncio for confortável e tradutor de tudo o que ainda temos para dizer.
estou a ver que escreveste a carta ao teu amor-sonho. também já fiz isso.
ResponderEliminarestá intenso, gostei muito bitz.
simplesmente lindo ;D
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