A juventude é vingativa pois desforra anos de excentricidade e movimento em décadas de refúgio entre pregas feitas de Tempo.
Tudo é possível quando o caminho é pintado à nossa frente. Os loucos avançam com a velocidade dos ventos de mudança. São os donos de tudo, mestres de coisa nenhuma. É a época do "possímpossível", das imagens, das cores e das luzes. Os sentimentos ganham alma e vivem numa corda bamba. Para que lado caem?
Esse é outro aspecto: a incerteza. No chão abrem-se fissuras, no céu raios iluminados acertam nos que cá em baixo nada sabem. Num piscar de olhos a visão é outra, e o Éden deixou de ser um mito e de ter apenas dois habitantes.
Para onde vão os loucos? A sua terra corre contra-corrente e sem se aperceberem já nela não habitam. São agora figuras standard de tons escuros e taciturnos. A visão é sempre a mesma, sem cordas bambas, infernos ou paraísos.
E a culpa, é de quem?
Culpem a certeza, essa velha prostituta que fecha as janelas do mundo, as portas da mente e, sobretudo, os olhos do coração. Que acorrenta o ceu à terra, sem deixar margem para os voos loucos que comandam a vida.
(de uma longínqua aula do Mestre D.
fotografia de minha autoria)
a crença de que toda a certeza que tomo como real não passa de uma ilusão e se for realidade é uma mera coincidência leva-me a perceber que só sou feliz quando não julgo que sei o que faço, (e uso julgar com a cautela de não confundir com saber realmente), ou seja quando me deixo levar pelo incerto, quando sou infantil, pueril e jovem, quando expiro liberdade vinda das entranhas do meu pensamento ;D concordo contigo plenamente , lindissimo
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