18 novembro, 2013

Poemas de Amor

Escrevo poemas de amor com o que gostava que me dissessem.
A genuinidade das palavras perdeu-se na corrida atrás do compasso dos sentimentos.
O ópio era a expressão-mãe dos dias que sucediam as noites e que não as findavam. Tudo era cíclico; o sol dava lugar à lua, e a lua a outras luas que surgiam como estrelas. Porque as luas são sempre mais reais, mais próximas, mais imperfeitas e nuas.
Olha,
A ironia da história:
Reais, próximos, imperfeitos e nus - tudo aquilo que acabámos sempre por ser; tudo aquilo que ficou preso no impasse entre o coração em ferida e a armadura que deu lugar ao meu corpo.
As raízes começaram a desprender-se da terra e as pétalas trancaram-se no que era a minha memória tua.
Vê,
As letras do que te escrevi começam a dissipar-se; as páginas viram com a ferrugem do último toque.
Os poemas, os teus poemas,
Já não são teus.
São meus.

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