Oiço o carro a estacionar.
Os meus pais regressam de um jantar a que não fui. Passo a noite a estudar para um teste sem utilidade.
Um mosquito minúsculo passeia à minha frente, enquanto a melancolia assenta no ar.
Os passos nas escadas, as vozes, o conforto a chegar.
Os sons familiares que recordam os pequenos pedaços de felicidade que existem, aos olhos de todos, mas ignorados pela cegueira evitável de outros.
O meu pai chega e mata o mosquito, que não me incomodava um décimo do que a melancolia incomoda.
Pai, mata-a também.
Há mais vida que isto. Melhor vida que isto.
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